Paisagem em ruínas: adentrando o portal do paraíso
Inserido no contexto da Nova Hollywood, o cineasta Michael Cimino representa um ponto de ruptura no cinema americano, com seu primeiro longa, e dando continuidade em seus dois filmes seguintes. O diretor inaugura, talvez, uma espécie de separação desse cinema de suas raízes modernas ao mesmo tempo que, para isso, lance mão de iconografias dos grandes mestres. Cimino bebe de fontes evidentes de cineastas americanos, realiza composições que remetem diretamente a maneira com que John Ford, por exemplo, assimilava esteticamente os vastos exteriores de seus cenários para sintetizar um certo espírito americano calcado na contemplação. Por outro lado, existe nisso um ideal de subversão bem específico, que faz seus filmes não se limitarem ao simples jogo reverencial, mas demarcarem o ponto de ruptura supracitado: segundo os três filmes iniciais de Cimino, para subverter é necessário homenagear, e vice-versa. Capaz que seja justamente isso que torne Cimino o cineasta sublime que é. Já nos mo