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Carol e a recusa pelo maneirismo

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Torna-se evidente, ao experienciar alguns de seus filmes, que a maior das qualidades do cineasta americano Todd Haynes é partir de contextos teoricamente simples, lidar com elementos-base da encenação cinematográfica, para assim elucidar questões grandiloquentes, meditar sobre relações abrangentes e universais. A obra de Haynes assume uma recusa ativa pelo artifício, encontra no minimalismo um caminho formal absolutamente possibilitador, dentro de uma operação tão paradoxal quanto poderosa em suas articulações. É um cinema clássico que, inegavelmente, quer reafirmar sua posição na contemporaneidade. Safe, filme dirigido por Haynes lançado em 1995, lança mão de toda essa economia encenativa para meditar basicamente sobre toda a sociedade moderna no século 21. Se o filme de 95 se concretiza em um comentário sociocultural bastante definidor, temos em Carol (2015), lançado duas décadas depois, uma evolução natural para a filmografia de Haynes, já que o filme acaba sendo um comentário sobre